Os Membros da Maçonaria, unidos pelo Amor Fraternal, qualquer que seja o seu grau, tratam-se por “Irmão”.
A origem do cordial tratamento de “Irmão” indica que esse tratamento foi adoptado e nunca mais olvidado pelos maçons, desde os tempos de Abraão, o velho patriarca bíblico.
Reza a história que Abraão estava, com a sua mulher Sara no Egipto, a ensinar os sete ciências liberais (a gramática, a lógica e dialéctica, a matemática, a geometria a astronomia e a música) e entre os seus discípulos encontrava-se Euclides.
Euclides, personagem inteligente, naturalmente tornou-se mestre e estabeleceu as seguintes regras de conduta para os discípulos: os Membros devem ser fiéis ao rei e ao país de origem; amarem-se uns aos outros; serem leais e dedicados mutuamente; sugeriu ainda que os seus alunos adoptassem o nome de Irmãos ou Companheiros.
Aprovando esse costume da escola de Euclides, a Maçonaria resolveu sugeri-lo aos seus iniciados, passando a ser uma norma obrigatória nos diversos Corpos da Ordem.
O Poema Regius, que data do ano de 1390, aconselha os operários a tratarem-se por “Irmãos”. Por isso o tratamento de Irmão dado por um maçom a um outro, significa reconhecimento fraternal, como pertencente à mesma família.
Os maçons são Irmãos por terem recebido a mesma Iniciação, os mesmos modos de reconhecimento e foram instruídos no mesmo sistema de moralidade.
Além da amizade fraternal que deve uni-los, os maçons consideram-se Irmãos por serem, simbolicamente, filhos da mesma mãe, a Mãe-Terra, representada pela deusa egípcia Ísis, viúva de Osíris, o Sol, e a mãe de Hórus.
Assim os maçons são, também, simbolicamente, Irmãos de Hórus e autodenominam-se Filhos da Viúva.
Durante a Iniciação quando o recipiendário recebe a Luz, os Irmãos, mais antigos, juram protegê-lo sempre que for necessário. A partir daquele momento, todos o tratam e consideram Irmão.
O verdadeiro Irmão é aquele que interroga a sua consciência sobre seus próprios actos. Pergunta a si mesmo se não violou a lei da justiça, do amor e da caridade na sua maior pureza e quando não tiver uma simples palavra que auxilie, não deve abrir a boca, porque se falar deve esforçar-se para que suas palavras sejam melhores que o seu silêncio.
O verdadeiro Irmão não tem ódio, não tem rancor, nem desejo de vingança. Compreendendo, não condena, perdoa e supera as ofensas, pois admite que com a mesma sábia compreensão que deixou de desaprovar, assim poderá ser tratado numa sua hipotética dificuldade.
O verdadeiro Irmão sabe praticar o Bem sem ostentação, mas não sem utilidade.
Um Maçon só quando se encontra revestido da virtude é que pode dizer: “Os Meus Irmãos como tal me reconhecem” – frase mais ouvida e citada dentro e fora das Lojas.
Curioso, no entanto, é que ao sermos reconhecidos como Irmãos, o outro abre o sorriso e os braços, como se fosse um velho conhecido. Esse é um sentimento de irmandade, é muitas vezes, mais forte que entre Irmãos de sangue.
O Grande Arquitecto do Universo, que é DEUS, escuta as nossas preces e mostra-nos o caminho que a Ele conduz. Continua a proporcionar-nos a dádiva da aproximação de estimados Irmãos que constantemente nos socorrem nas nossas dificuldades.
As Lojas Maçónicas devem ser portos seguros, proporcionar um ambiente de luz, de paz e harmonia, pois é extraordinário reunir no seu seio, católicos, evangélicos, espíritas, maometanos, israelitas, budistas e a todos poder afirmar: ”aqui as vossas disputas não encontrarão eco”.
Meus Amados Irmãos, se porventura e in extremis algum Irmão se esquecer de nós, nunca o devemos abandonar, pois o elo de fraternal que nos une, jamais poderá sucumbir.
“A maior dignidade que existe na Maçonaria é o de ser verdadeiro Irmão”
Tomás de Aquino
Fonte: freemason.pt
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