Disciplina – É a observância de preceitos e normas para a ordem que convém ao funcionamento duma organização. A Maçonaria induz a sua prática aos seus adeptos.
Comportamento adequado
Quando iniciados trazemos no nosso âmago uma carga de valores agregados no decorrer das nossas vidas. Valores estes que nos fazem sempre referendar as nossas atitudes para com o próximo em qualquer lugar, em qualquer situação, sobre as mais variadas circunstâncias. Estamos sempre coordenados em função de Leis e Conceitos estabelecidos pela sociedade no decorrer dos anos.
Dentro da Ordem temos também os nossos mandamentos, os nossos códigos, os nossos costumes, comportamentos, enfim a indicação do nosso norte. A ordem, o amor e o progresso são, ao mesmo tempo, a causa e o objectivo das nossas reuniões. Quando examinamos os conceitos de ordem, logo vislumbramos a necessidade da ritualística bem executada. Especialmente nos nossos trabalhos temos um ritual a ser seguido, o nosso cerimonial deve seguir todos os cânones, meticulosamente, estabelecendo uma unidade de doutrina, a antítese seria a anarquia.
Todo Irmão estará convencido de que deverá ter um comportamento adequado em todo o momento e lugar, não só Maçónico, mas durante as vinte e quatro horas do seu dia. Conceitos impessoais, deduções subjectivas, pensamentos menores e pré-conceitos sem fundamentação são razões mais que suficientes para demonstrar o quão vazio será o relacionamento deste Ir∴ para com seus pares. “Se tiverdes acesso a tão alta condição, não esqueçais que existiram outros antes de ti, e que se pensares ver os outros como menores estarás a demonstrar como queres ser tratado”.
Ao fazermos o Sinal de Ordem, bem como a Saudação Ritualística, devemos estar perfeitamente erectos, altivos formando um Esquadro com os pés, quando executarmos o sinal de ordem que por si só representa um ângulo recto. É o símbolo da postura que deve presidir ao discurso do Maçon. Desta forma, só é realizado quando o Obr∴ estiver de pé e parado, ou a executar a Marcha Ritual.
Portanto, os Sinais e Saudações jamais podem ser feitos por quem esteja sentado, andando, ou portando Instrumentos de Trabalho (Malhete, Bastões, Espadas, Livros, etc.).
O V∴ M∴ e os VVig∴ respondem às Saudações com um leve aceno de cabeça.
As nossas palavras, gestos e atitudes, são cartões de visita do nosso comportamento. Temos momentos de incorrecção, mas não se julga ninguém pelo tombo e sim pelo modo como ele se levanta.
Meus queridos Irmãos, digam as suas palavras, pratiquem correctamente a ritualística com a postura e seriedade que requer o respeito, a ética e o comportamento dentro e fora do Templo.
Comportamento inadequado
Um dos problemas que às vezes ocorrem, é o falatório nas Colunas, além de prejudicar o ensinamento aos AApr∴ e CComp∴ durante as instruções ou apresentações de trabalhos, são péssimos exemplos. Neste caso o V∴ M∴ deve solicitar ao 2° Diácono que é o responsável pela ordem em ambas as colunas, que verifique o murmúrio que está a chegar ao Or∴ vindo do Norte e do Sul. O 2° Diácono deve ser preparado para responder mais ou menos assim: “Ven∴ M∴ houve realmente murmúrios na Coluna do Norte e do Sul, mas já terminaram e de agora em diante a reunião prosseguirá reinando silêncio nas Colunas”.
Postura
O homem, comunica-se com o Grande Arquitecto do Universo e com seus semelhantes de diversas formas, tais como, palavras, escrevendo, pintando, esculpindo, no entanto faz uso frequente de Posturas e atitudes do corpo. Importante é que o faça bem feito, de modo uniforme para que tenha um significado adequado.
As Inclinações de cabeça e do corpo, são fundamentalmente posturas de reverência, de respeito, de devoção ou de saudação.
Posturas com as mãos – o homem ao falar costuma fazer posturas com as mãos procurando desta forma comunicar melhor a sua mensagem. Muitas vezes, mesmo não acompanhado de palavras eles são mais eloquentes do que as próprias palavras. As mãos falam. Expressam sentimentos, os mais diversos.
- Mãos elevadas ou estendidas – é a postura típica do celebrante nas orações.
- Impor as mãos – é sinal de bênção e de reconciliação, de transmissão do Dom do Espírito.
- Dar as mãos – sinal de saudação fraterna, de unidade.
Elevar os olhos para o céu – é usado em momentos solenes de intensa expressão religiosa, como se o homem estivesse vendo ao Pai, face a face.
O ósculo ou beijo – sinal de reverência de comunhão, de amor; demonstra afecto.
O sopro – simboliza a força, a acção do Espírito de Deus. Aquele sopro que fez o homem um ser vivente, o sopro no Livro da Lei representa a presença activa do Grande Arquitecto do Universo no homem.
A genuflexão – por excelência um acto de adoração na Liturgia Latina, na Igreja Católica, a genuflexão perante a cruz não significa adoração a esta e sim ao Cristo ali representado, ela pode ser simples ou dupla, isto é, com um ou dois joelhos.
A prostração – é utilizada nas ordenações de Bispos, Presbíteros e Diáconos, bem como na profissão perpétua dos religiosos, quando o homem tem consciência da sua fragilidade, da sua pequenez e incapacidade de corresponder à vocação pelas suas próprias forças.
O andar – existem modos e modos de andar. O andar litúrgico não é mera finalidade de locomoção de um lugar para outro. É antes um andar significativo, respeitoso, composto. Convém que tais acções seja realizadas com dignidade, sem agitação, nada de correria. Com as paradas nos locais adequados para saudação, quando estiver em Loja.
Algumas posições do corpo merecem considerações especiais. Elas devem expressar atitudes de todos. São elas: o estar de pé, o estar de joelhos e o estar sentado.
O estar de pé expressa sobretudo respeito, prontidão, disposição de acção; o Irmão deve estar sempre com a coluna erecta, se estiver à Ordem, não esquecer as posições dos braços e membros inferiores, se estiver perfilado, não deve apoiar-se sobre um só pé, e sim estar com uma postura sempre digna.
O estar sentado expressa bem o acolhimento e a meditação. Daí o estar assente para ouvir, durante grande parte das Sessões, entretanto o ideal é também estar com a coluna erecta, preferencialmente com as mãos apostas aos joelhos, nunca cruzar os braços ou os membros inferiores durante as Sessões.
O ajoelhar-se, exprimem o respeito a humildade, o arrependimento, a adoração. Daí a sua oportunidade durante a consagração, nas bênçãos solenes, em certos ritos penitenciais. Nas nossas Sessões há momentos em que se solicita que um ou outro Irmão o faça, isto deve ser feito também de forma respeitosa.
O que importa é que haja unidade. Isto exige espírito de desprendimento, de superação dos próprios gostos e preferências pessoais. Exige atitude de obediência. Nisso não é possível que cada qual faça o que acha melhor ou do seu gosto. Nós temos uma linguagem comum também através da Postura do nosso corpo.
Valdemar Sansão
Fontes
- Ritual do Aprendiz Maçon;
- “O Despertar para a Vida Maçónica” (Valdemar Sansão)
Fonte: freemason.pt
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