Com a presença do Ministro da Justiça e Direitos Humanos, Hernán Larraín Fernández, o Centro de Estudos Estratégicos da Grande Loja do Chile, iniciou as suas actividades com um grande evento público que reuniu importantes palestrantes e especialistas no assunto.
“Estou convencido de que há poucas coisas que são tão relevantes para as nossas instituições, como a transparência no serviço público e a probidade entre aqueles que fazem parte dela“, disse o ministro da Justiça durante a sua análise dos avanços em matéria de probidade desde a reforma judicial de 2005.
O Secretário de Estado concluiu enfatizando que “a salvaguarda da probidade e a prevenção da corrupção são questões dinâmicas que devem estar sempre em constante revisão em toda a esfera institucional, pelo que a informação e a discussão aberta, são um elemento central nesta tarefa“.
O Grão-Mestre, Sebastián Jans Pérez, disse que “fomos impelidos a reflectir sobre Ética, Probidade e Transparência, no contexto de uma grave crise que afecta as instituições, manifestada através do pior cenário: aquele em elas aparecem desacreditados perante os cidadãos“.
O líder da Maçonaria argumentou que o cenário mais complexo ocorre quando as instituições perdem a sua credibilidade perante a sociedade, porque, entre outras coisas, há a necessidade de “educar de forma intensa sobre o que significa construir uma sociedade baseada em valores e histórias comuns. Necessitamos de um novo Estado do ensino, com estruturas e pessoas capazes de educar a sociedade sobre o que significa agir eticamente e o padrão de probidade necessário para se ter um país melhor”.
O presidente da divisão chilena da Transparência Internacional, Alberto Precht, disse que o conceito de corrupção foi modificado pela adopção da definição de que é “o abuso do poder delegado para benefício privado“, e que o poder delegado está presente em múltiplas funções “que vão de um funcionário público, até ao presidente de um conselho de bairro ou um empresário“.
Precht disse que a redução da corrupção implica atacá-la do ponto de vista moral, para voltar aos princípios; que exista indignação social e que seja fortemente combatida do ponto de vista legal, assegurando que “quanto mais democrático e mais sólido for o estado de direito de um país, menores são os níveis de corrupção“.
A representante Comisión Económica para Latinoamérica y el Caribe (CEPAL), Alejandra Naser Soto, enfatizou a pesquisa realizada pela organização internacional que “estudou o que acontece com a gestão pública nos últimos 40 anos. O nosso continente é o mais desigual do mundo, não o mais pobre, mas o mais desigual. E pensamos que os aspectos que têm a ver com a falta de probidade, ética e transparência e corrupção são os grandes responsáveis pela desigualdade“.
Finalmente, o director do Centro de Estudos, Carlos Cantero Ojeda, convidou os presentes a participar dos próximos seminários, destacando o conceito de “Mais e melhor ética para o Chile“, explicando que “a Maçonaria chilena procura assumir a sua liderança na promoção do pensamento e da reflexão sobre os grandes desafios do nosso tempo, convocando transversalmente todos os sectores a partir da sua vocação ética filosófica e iniciática“.
A mesa era composta pelo ministro da Justiça, Hernán Larraín Fernández; o Director Executivo do Chile Transparente, Alberto Precht; a representante da CEPAL, Alejandra Naser Soto; o director do Centro de Estudos Estratégicos, Carlos Cantero Ojeda; e os anfitriões, o Grão-Mestre Sebastián Jans Pérez e o Soberano Gran Comendador Álvaro Pulgar Gallardo. O debate foi realizado no Templo Principal da Maçonaria.
Tradução de António Jorge
Fonte: freemason.pt
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