Como maçons, nós orgulhamo-nos da antiguidade e da história da maçonaria, mas as nossas cerimónias e rituais em si serão suficientes para satisfazer as gerações futuras?
O futuro exigirá uma melhor compreensão do que realmente significa ser um Maçon através de um melhor conhecimento de nós mesmos e praticar os princípios que todos prometemos manter nos nossos juramentos ou obrigações. Acredito ainda que o exemplo silencioso de homens com integridade, que exibem as virtudes morais e sociais dos homens bons e que fazem a coisa certa por causa da justiça, prevalecerão e preencherão as lacunas sociais criadas nesta nova era.
Para que a nossa fraternidade não apenas sobreviva, mas cresça, devemos fazer do acolhimento de novos membros e da retenção dos irmãos existentes, uma parte importante do que fazemos em Loja. As experiências dos primeiros meses de um Aprendiz e de um Companheiro e os primeiros anos de um Mestre Maçon, determinarão como eles verão a Maçonaria pelo resto das suas vidas. É por isto que o compromisso com a orientação e a sustentação da comunhão é relevante, agora mais do que nunca. Acredito que as nossas Lojas devem procurar melhores maçons e não mais maçons.
Há uma velha história sobre um homem que estava a considerar propor-se como candidato à maçonaria, pelo que seleccionou uma das duas Lojas na sua área local. Depois de ter sido iniciado com Maçon, um amigo perguntou-lhe porque é que tinha seleccionado uma Loja em particular. A sua resposta foi que, após entrevistas com oficiais das duas Lojas, a sua selecção foi fácil porque uma Loja estava muito interessada nele como candidato enquanto a outra estava interessada nele como um irmão. Qual é que acha que ele escolheu?
Embora tornemos as nossas reuniões mais interessantes através de eventos sociais e educação maçónica, a força motriz que traz maçons a se unirem é a nossa irmandade quando nos encontramos, seja em reuniões na Loja ou por encontros casuais na rua. Não demora muito tempo para um novo Maçon perceber que ele pode formar novas amizades para o resto da sua vida. No entanto, um dos principais perigos vem quando a “novidade” da experiência maçónica se começa a desgastar. Quando o comparecer de um membro se torna irregular ou ele pára de ir à Loja, isso parece sugerir que:
- As suas prioridades mudaram,
- ele está sobrecarregado e/ou saturado com deveres da Loja
- algo mudou na sua vida.
Visando descobrir o que mudou para este irmão, devemos estar dispostos e capazes de nos envolvermos num diálogo aberto e franco.
Para chegar ao ponto de conversa honesta e aberta com nossos irmãos maçónicos, devemos estar mais próximos. Temos que fazer um esforço concentrado para obter os pontos de vista e sentimentos de todos os membros, não apenas de alguns. Portanto, se a formalidade de uma Sessão de Loja, impede o envolvimento de alguns membros, devemos reconhecer isso e solicitar as suas opiniões em reuniões menos formais ou em discussões. É importante que cada Irmão sinta que não foi deixado de fora, que a Loja acolhe os seus pontos de vista, e que ele “teve a sua palavra”.
Uma das armadilhas mais comuns que devemos ter cuidado em evitar, é associarmo-nos apenas com os maçons que tem a mesma opinião que nós, pois podemos criar o que parecem ser “grupinhos”; eu digo “a mesma opinião”, porque às vezes não dedicamos tempo suficiente para poder entender completamente todos os nossos irmãos. Eles até podem ser da mesma opinião, ainda que o tivéssemos percebido!
Finalmente e mais importante ainda, devemos praticar a compreensão e a tolerância. Compreensão para nos sentirmos livres para discutir questões delicadas, questões humanas que são importantes para fazer e manter bons relacionamentos. Tenhamos em consideração que somos todos diferentes, cada um de nós vem de diferentes origens e cada um de nós pensa e age de forma diferente, portanto, devemos conhecer-nos bem uns ao outros o suficiente para que possamos conversar num nível que promova a amizade e, ao mesmo tempo, evite a discórdia.
Devemos também assumir uma atitude completamente tolerante com as opiniões e ideias dos nossos irmãos. Podemos sentir que a sua ideia ou ponto de vista está errado, mas devemos reconhecer que eles têm suas próprias razões para o que expressam, e não nos compete julgá-los por isso. A todo nos acontece dizermos e fazermos coisas de que mais tarde nos arrependemos. Bem, nós podemos abertamente ser honestos com nós mesmos e tentar corrigir-nos e tentar perdoar facilmente essas transgressões nos outros. Eu ousaria dizer que todos nós conhecemos irmãos na maçonaria que, por uma razão ou outra, estão em algum nível de disputa emocional com outros maçons. Estas disputas são realmente importantes no grande esquema das coisas? Eu acredito realmente que uma boa e honesta discussão faria com que a maioria das disputas não existisse. Cada um de nós deve aprender a procurar e a aceitar admoestações e bons conselhos de outros, e pelo menos ter alguma concordância, “concordando em discordar”.
Peço-lhe que considere e pratique esta compreensão, tolerância e expresse um interesse genuíno no seu companheiro Maçon, o homem que você chama de Irmão.
Byron J. Collier
Adaptado de tradução feita por Luciano R. Rodrigues
Fonte: www.freemason.pt
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